Ricardo Trigueiro, natural de Bonfim-MG, compositor, cantor e violonista, traz em sua formação artística, estudos de Teoria e Percepção Musical na Escola de Música da UFMG, Fundação de Educação Artística e com o pianista Robério Molinari. O aperfeiçoamento do Violão veio com Geraldo Vianna, Guilherme Paoliello e Theodomiro Goulart. Estudou Técnica Vocal com Babaya e José Carlos Leal. Com Ian Guest, Mauro Rodrigues, Geraldo Vianna e Fábio Adour estudou Harmonia Funcional, arranjo e improvisação, aplicadas à Música Popular. Considerando a multiplicidade na arte ainda integrou cursos e oficinas: História da Arte (Sérgio Magnani, Núcleo de Filosofia Sônia Viegas); Apreciação Musical (Robério Molinari); Arranjo, Harmonia, Música modal e Musicalização pelo método Kodály (Ian Guest, FAT); Iniciação à Composição e Metodologia de Análise Musical (Dante Grela, FEA); Música, a arte de escutar (Oillian Lanna, FEA); Arranjo e Improvisação (Nelson Ayres, Cláudio Dauelsberg, Ouro Preto); MPB Tópicos em Canto e Instrumento (Mauro Rodrigues, Escola de Música da UFMG); A Música da Imagem (David Tygel, OP); A Voz em Movimento (Madalena Bernardes, OP); Teatro Musical (Tim Rescala, OP), Iniciação ao Teatro (Fernando Linares, Teatro Universitário) e Preparação Corporal (Vivien Buckup, Voz & Cia). De apresentações artísticas diversas, vale destacar: Teatro Sesiminas, Sala Juvenal Dias (Palácio das Artes), Casa de Cultura Oswaldo França Jr., Teatro da Assembléia, Teatro da Maçonaria, Aqui-ó, Belas Artes-Liberdade, La Taberna; 1ª edição do Projeto Sons do Horizonte (junho/99); participação do CD e show do Projeto Zás (Teatro Assembléia – coletânea 99); além da participação nos espetáculos “Salve o compositor popular” e “Saudade do Brasil – uma homenagem a Elis” (produção: Babaya – Teatro Francisco Nunes, 1992/93) e em grupos músicais, dentre eles o Coral Voz e Cia (1997/98). É de Trigueiro, o 1º lugar no Festival da Canção Universitária da UFMG, o “Rosas de Abril”,1992, com a música “Seis Amores”. Em maio de 1994, o artista lançou seu primeiro disco, o LP “Correnteza”, sob a direção musical de Geraldo Vianna, autor dos arranjos da mesma produção. Completa seu currículo a produção recente do CD “De Onde For”, lançado em Novembro de 2003. A sua segunda produção fonográfica traz novamente composições próprias, na sua maioria, e a direção musical de Geraldo Vianna, que também assina os arranjos ao lado de Mauro Rodrigues e Carlos Ernest Dias, sendo que este trabalho conta ainda com a participação de 21 músicos e cantores. Ricardo Trigueiro também leciona canto, violão e musicalização.

Márcia Francisco



Nasci em Belo Horizonte e cresci em Bonfim(MG), de onde praticamente me considero natural, usufruindo um pouco de tudo o que a vida no interior oferece. A música foi chegando, primeiro em casa, com meu pai cantando, ao violão, as coisas de Ataulfo Alves e seus contemporâneos e ainda tocando trompete na banda de música. Eram festas, serenatas, aniversários... e ainda minha mãe gostava de cantar coisas como as de Dolores Duran..., inventando, de forma criativa, letras “estranhas” com temas que ajudavam a embalar os dilemas e os afazeres do dia-a-dia. Mais tarde veio o violão que fui aprendendo ali, vendo e ouvindo, experimentando as primeiras tocadas e, através de amigos, fui conhecendo as caras da Música Popular Brasileira de Milton, Elis, Caetano, Gil, Chico, o Clube da esquina, as bossas de todos que seguiram Jobim e João Gilberto, além das novidades de cada época.

Aos 15 anos me mudei para BH e vieram outras descobertas, outros meios, pessoas. Comecei a estudar teoria e percepção musical na Escola de Música da UFMG, violão na antiga Música de Minas e com outros professores particulares com quem pude absorver, além de conhecimento, a idéia da importância de formar uma concepção de música popular de qualidade. No universo do canto, Babaya e José Carlos Leal foram minhas primeiras referências. Ouvi um pouco de tudo, especialmente música popular brasileira, além de jazz e música clássica. Como praticamente todo músico, toquei em bares, teatros, festivais, “viajei” músico. Investi em projetos como a gravação de meu primeiro disco, o LP “Correnteza” colocando à minha própria curiosidade a coragem do registro das composições que tinha, num trabalho que me proporcionou, acima de tudo, a experiência de produção e, principalmente, de relacionamento com grandes músicos e profissionais, pessoas com quem aprendi muito e que se tornaram importantes pra mim.

Depois vieram outras fases, tocando, fazendo shows e cantando, inclusive em corais. Continuei estudando assuntos relacionados à música popular e fazendo, às vezes, uma ponte com o erudito. Sempre gostei da linguagem musical, a escrita, a leitura, o solfejo, matérias como harmonia, improvisação, arranjo e até contraponto, sem abandonar, é claro, o violão. Passei pela Escola de Música novamente, a Fundação de Educação Artística, e alguns professores/músicos em cursos regulares, oficinas e outras oportunidades ligadas, sobretudo, à música e áreas afins como o teatro. Em determinado momento me dediquei mais à música instrumental, até depois voltar ao foco de cantor e compositor.

Fiz várias coisas paralelas, inclusive me formei em Educação Física pela UFMG, tive outros trabalhos, mas nunca deixei de ser músico de coração, e acabei por fazer disso a minha profissão. Hoje estou na estrada, tendo lançado meu segundo disco, o CD “De onde for” que representa a essência do trabalho musical que faço.

Ricardo Trigueiro

 

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